Prepare o bolso: está mais caro construir no Amazonas!

Vale lembrar que muitos materiais (como aço, cobre, etc.) tem os preços atrelados ao dólar e com o atual câmbio desvalorizado leva-se a um maior aumento de preços.

Se você está pensando em construir ou reformar, pode preparar o bolso. De acordo com o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE, o custo do material de construção por metro quadrado no Amazonas aumentou 18% em apenas um ano. Isso significa que, o gasto com materiais para construir uma área de apenas um metro quadrado subiu de R$ 840,36 em julho de 2021 para R$ 991,98 em julho deste ano, em média. Uma diferença de quase R$ 152,00.

Mas o que explica essa elevação no preço do material de construção? Esse aumento significativo se deve ao fato da desorganização das cadeias produtivas em virtude da pandemia. Ou seja, houve interrupção da produção de materiais de construção, reduzindo assim a oferta desses materiais e em seguida forte demanda, inclusive, para reformas residenciais. As pessoas perceberam que o ambiente de casa não era tão adequado para o trabalho e tiveram que se adaptar fazendo reformas.

Foto: Reprodução/Inove sua obra

Dessa forma, num cenário de forte demanda e produção a passos lentos, resulta na elevação dos preços. Vale lembrar também que muitos desses materiais (como aço, cobre e etc.) tem os preços atrelados ao dólar e com o atual câmbio desvalorizado leva-se a um maior aumento de preços.

E para agravar a situação, o custo da mão de obra também aumentou. Em um ano, o custo da mão de obra para construir um metro quadro subiu de R$ 520,11 para R$ 586,05. Uma diferença de quase 13%. Assim, o custo total da construção (material mais mão de obra) aumentou de R$ 1360,47 em julho de 2021 para 1578,03 em julho deste ano. Em termos práticos, isso significa que caso você decida construir uma casa de 60 metros quadrados, hoje você gastaria em torno de R$ 95 mil. Se tivesse construído em julho do ano passado você teria gastado aproximadamente R$ 81 mil, uma diferença de quase R$ 14 mil.

Dada essa enorme diferença, a recomendação é, se possível, aguarde os preços acomodarem. No longo prazo, com a organização das cadeias produtivas, os preços tenderão a diminuir. Além disso, devido aos juros elevados, o custo do financiamento está cada vez mais alto, o que encarece ainda mais a construção caso tenha necessidade de financiamento. Assim, se possível, aguarde os preços acomodarem e as taxas de juros reduzirem.

Sobre o autor

Lucas Sousa é economista pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Mestre em Economia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Doutor em Economia pela Universidade de Brasília (UnB). Atualmente, é professor adjunto no Departamento de Economia e Análise da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Atua principalmente nas seguintes áreas de pesquisa: Economia Ambiental e Métodos Quantitativos em Economia.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista


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