Quero trabalhar em outro Estado. O que faço?

Nesse artigo vou abordar alguns pontos fundamentais para decidirmos se realmente devemos ir nessa direção ou não.

A mudança de Estado é algo buscado por muitos profissionais, seja pelo desejo de experimentar novas culturas, empresas e metodologias organizacionais, ou até mesmo por frustrações ocorridas em sua cidade atual. Apesar de haver um certo nível de complexidade de fazer isso na prática, é possível que se torne realidade.

De certa forma, há um nível significativo de dificuldade para conseguir alcançar esse objetivo. Alguns dos motivos são a alta oferta de profissionais no mercado (que faz com que as empresas escolham por alguma pessoa local, para que não haja os custos com transferências), e as pretensões salariais que, normalmente, são menores em profissionais da cidade base da empresa. Além desses motivos acima, também há algumas organizações que, por cultura própria, optam por contratar mão-de-obra local. Mesmo com todas essas variáveis, a migração de uma localidade para outra é algo possível.

Dentro desse contexto, há dois nichos de profissionais: os que possuem cursos específicos (que acabam forçando a empresa a levarem eles) e os que estão em áreas com muitos profissionais concorrentes, como a Administrativa, Comercial, Financeira e tantas outras.

Nesse artigo vou abordar alguns pontos fundamentais para decidirmos se realmente devemos ir nessa direção ou não.

Imagem: Mohamed Hassan/Pixabay

É viável fazer nesse momento de poucas vagas? 

A viabilidade desse tipo de objetivo aumenta quando a vaga requer algum conhecimento específico, que poucas pessoas possuem. Se a vaga em questão se tratar de uma área com muitos profissionais disponíveis, o nível proporcional de concorrência é muito alto. Assim, a tendência é que não gere o resultado esperado. Vamos a um exemplo prático disso de algumas vagas que poderíamos ver isso de uma forma mais clara?

Analista de marketing digital: por ser uma área relativamente nova, há poucos profissionais especialistas no assunto. Isso acaba fazendo que empresas procurem talentos na cidade local e também em outros estados. Considerando isso, a probabilidade de contratação de um(a) profissional de outra localidade aumenta de forma significativa.

Desenvolvedores Front e Back End: como uma área em ascensão, também registra um grande déficit de profissionais em todo o país, o que também força empresas a buscarem em outras regiões, diferentes da sua localização atual. Acaba sendo uma área que transfere muitos profissionais, o que aumenta a chance de contratação de um lugar para o outro.

Analista financeiro: por ser uma área tradicional, há muitos profissionais disponíveis no mercado. Sendo assim, há muitos concorrentes em processos seletivos. Isso diminui a probabilidade de contratação de um(a) profissional de outra localidade.

Compradores(as): também é uma área com muitos profissionais disponíveis. Há dificuldade para a mobilização de contratações de um lugar para o outro. Salvo em alguns casos de empresas com a atuação muito específica, como a de engenharia aeronáutica e algumas outras, há pouca probabilidade da empresa escolher por um(a) profissional de outra cidade.

Como devo buscar vagas em outros Estados?

Para esse tipo de procura o formato se diferencia em relação a uma busca local. O ideal é que os contatos sejam feitos de forma pessoal e direta, seja através de redes sociais, ou contato direto com as empresas para se disponibilizar para as mesmas. Dentro desse contexto também podemos destacar:

Headhunter regionais: esse público de profissionais normalmente tem acesso a muitas vagas locais. Em muitos casos, eles fazem a prospecção de profissionais para o preenchimento de posições em empresas. Esse levantamento pode ser feito através da própria internet, com um mapeamento das empresas que atuam no segmento, em cada região de interesse do(a) profissional.

Gerentes de RH: são os profissionais que possuem as vagas de fato. Eles analisam e definem quem pode participar ou não, de acordo com o perfil. Podem ser achados através de redes sociais como LinkedIn, que concentra muitos(as) executivos(as) da área.

Diretores regionais: são os profissionais que controlam as operações do início ao final. Sendo assim, também gerem muitos processos seletivos e pescas de bons profissionais, não só em nível local, mas nacional também.

Quem não buscar

Para buscar vagas em outro estado, precisamos entender que nossas energias e tempo devem ser canalizados da forma mais eficiente possível. Tudo que for usar muito tempo com tendência de baixo retorno, devemos deixar de lado. Sendo assim, considera-se alguns pontos em relação a quem não se deve buscar:

Empresas de terceirização: normalmente as empresas que atuam com essa linha contratam profissionais operacionais, que, em boa parte dos casos, tem uma grande oferta de gente disponível. Isso acaba criando a condição de opção por profissionais locais.

Empresas de menor porte: as empresas locais e de pequeno porte, em sua maioria, não escolha profissionais de outros estados, por alguns motivos. O principal deles é que os custos com a transferência tende a ser alto, o que se torna financeiramente inviável para esse grupo organizacional.

O que pode ser decisivo para uma empresa nos levar para outro Estado?

O fator decisivo para que uma empresa escolha alguém de outra cidade/estado é o conhecimento técnico específico. Há muitas áreas com falta de profissionais, por exemplo, na área de IA – Inteligência Artificial, Compliance, Manutenções de grande porte, direção e tantas outras.

Se o(a) profissional deseja migrar para outra localidade, o interessante é que haja a iniciativa de se especializar em alguma das áreas com escassez de profissionais.

E então? Para onde você quer ir? 

Sobre o autor

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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