Pará estabelece normas de circulação para farinha de mandioca

Portaria quer manter a qualidade e a segurança do produto, e consequentemente, do consumidor, além de fortalecer a economia regional

Uma nova portaria da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), que saiu no fim do mês de maio, estabelece normas de qualidade para a comercialização e o trânsito da farinha de mandioca no território paraense. O objetivo é garantir maior segurança para o produto, e consequentemente, para o consumidor, o que fortalece a economia regional.

“As medidas preveem que a farinha só poderá ingressar no estado mediante certificado de classificação. Isso é uma garantia de que o produto está atendendo as condições sanitárias de produção e vai também contribuir para que a gente evite a distribuição de baixa qualidade dentro do Estado do Pará. É um trabalho de segurança alimentar e proteção da saúde pública”

explica Maria José Lena Tavares engenheira agrônoma, gerente de inspeção e classificação de produtos de origem vegetal da Adepará.

Farinha de mandioca – Foto: Bruno Cecim / Agência Pará

Atualmente mais de 150 estabelecimentos de produção de farinha de mandioca estão registrados na Adepará. Os locais passam por fiscalização rotineira para atestar que a farinha está sendo produzida de acordo com as boas práticas de fabricação e em estabelecimentos adequados segundo a legislação.

Ainda de acordo com a Adepará, o regulamento do trânsito da farinha de mandioca estabelece padrões de qualidade que devem ser seguidos, inclusive pelo produto que vem de fora do Pará. Caso o transportador não apresente certificado de classificação obrigatório, a fiscalização nos postos de divisa não permitirá a entrada do produto no estado. 

“Achei a portaria muito válida, principalmente para garantir segurança e qualidade da farinha consumida no estado. Eu, por exemplo, trabalho pensando no outro. Por isso mesmo estou fazendo essa obra para justamente melhorar ainda mais a nossa produção”

reforça o produtor Carlos Antônio da Silva, de 56 anos, natural de Bragança.

Carlos Silva diz que não se lembra de ter tido vontade de fazer outra coisa na vida a não ser trabalhar com farinha. “É um negócio que veio de avô para neto. Tenho dois filhos, mas não sei se eles vão tocar a indústria porque escolheram outras profissões. Eu digo que enquanto eu tiver vida vou trabalhar com isso. É muito bom fazer o que a gente gosta”, compartilha o agricultor familiar, de Bragança, no nordeste estadual.

A casa de farinha (também chamada de casa de forno) do seu Carlos passa por obras de ampliação. O negócio emprega seis pessoas e funciona em Bragança, nordeste do Pará. A cidade é historicamente reconhecida pela produção de farinha de mandioca com sabor e características indiscutíveis, tanto que tem selo de identificação geográfica dado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que atesta a procedência, a qualidade do produto e seu processo de produção. 

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