Advogada que tentava embarcar com arraias vivas no Aeroporto de Manaus é solta após pagar fiança; entenda o caso

Segundo a PF, a capital é um ponto intermediário onde as arraias recebiam oxigênio e depois eram despachadas para o exterior.

A advogada Naiane Pimentel de Melo estava, na noite de quinta-feira (4), no terminal de cargas do Aeroporto de Manaus quando foi abordada por agentes da Receita Federal e da Polícia Federal. Eles queriam saber o que tinha nas três caixas de isopor. Naiane explicou que eram peixes da espécie tucunaré, que têm transporte permitido.


Quando os agentes pediram para que ela abrisse as caixas, encontraram 12 arraias vivas de uma espécie encontrada na Bacia Amazônica. Cada uma em um saco plástico com um pouco de água. Segundo o Ibama, os animais silvestres estão em extinção.
Arraias foram encontradas vivas, em três caixas de isopor, no Aeroporto Internacional de Manaus. — Foto: Divulgação/PF

Os agentes apreenderam as arraias, que ficaram na sede do Ibama, em Manaus. Na tarde desta sexta-feira (5), elas foram soltas em uma praia do Rio Negro, na Zona Sul da cidade.

“A gente conseguiu identificar que essas arraias teriam como destino São Paulo. Mas de São Paulo não necessariamente vão ficar naquela cidade. Inclusive, já há uma linha investigativa indicando que há um possível tráfico internacional desses animais”, diz Victor Motta, o delegado da Polícia Federal do Amazonas.

Segundo a Polícia Federal, a advogada tem uma empresa de transporte e comércio de animais. Desde 2022, ela encaminhou mais de 200 carregamentos com peso parecido com o da carga de arraias – um total que ultrapassa de 8 toneladas. A suspeita da polícia é que ela usava a empresa para o transporte de animais silvestres. A investigação quer descobrir quem são os compradores dos animais.

“Vamos investigar toda essa rede de tráfico desses animais, aprofundar a origem desse animal, de onde que ele está sendo retirado e identificar demais receptores. Enfim, nós vamos com certeza aprofundar toda essa investigação”, afirma o delegado Victor Motta. 

Fiança estipulada em R$ 14 mil

A advogada Naiane Pimentel de Melo foi solta nesta sexta-feira (5) após ser presa pela Polícia Federal. Ela passou por audiência de custódia e pagou a fiança estipulada em R$ 14 mil.

Segundo a PF, Naiane vai responder em liberdade pelos crimes de falsidade ideológica, biopirataria, maus-tratos e exportação ilegal. A defesa disse que só irá se manifestar nos autos do processo. 

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