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Sábado, 27 Abril 2024

Amazonas promove seminário sobre papel dos municípios na transição energética

O governo do Amazonas, por meio da CIAMA e em parceria com a Associação Amazonense dos Municípios (AAM), o Instituto de Energia e Meio Ambiente e o WWF-Brasil promoveu, na quarta-feira, 12, Seminário para discussão, com experts, autoridades e gestores municipais, do tema "O papel dos municípios na transição energética do Amazonas – eletricidade, transporte e economia". Durante o evento, realizado no Centro de Convenções Vasco Vasques, foram expostos, por especialistas em cada segmento, os desafios e oportunidades para o Norte brasileiro, altamente dependente de combustíveis fósseis, alternativas visando a redução da emissão de carbono por meio do aproveitamento do amplo potencial de energia renovável da região (hidrelétrica, fotovoltaica, eólica, hidrogênio/energia verde).

Estudos especializados conceituam energia verde, ou energia limpa, como qualquer força energética gerada a partir de matérias-primas naturais e renováveis, como a água, o ar, o calor da Terra e do Sol. Seu principal diferencial está no baixo impacto ambiental que seu uso pode causar. No caso da energia verde, sua produção gera efeitos baixíssimos, praticamente zero, sobre o meio ambiente. Atualmente, alguns dos países mais avançados economicamente – Estados Unidos, Alemanha, Austrália, China – investem sustentavelmente em fontes de energia verde, promovendo a geração de mais empregos e renda aos seus habitantes.

Dentre os principais tipos de energia verde pode-se destacar a energia solar, eólica (força dos ventos), maremotriz (correntes oceânicas), hidrelétrica, geotérmica (calor da Terra) e de biomassa (derivada de materiais orgânicos). Um campo aberto especialmente desenhado pela mãe natureza para nossa região. Vale salientar, por oportuno, que a energia elétrica é insumo de alta relevância sobre os custos de produção em relação à matriz econômica de qualquer país. Fator fundamental, por outro lado, para o desenvolvimento da bioeconomia, essencial à consolidação de um novo modelo econômico para o Amazonas.

Foto: Reprodução/AAM

Para o presidente da CIAMA, engenheiro Aluizio Barbosa, "estes os fundamentos que vêm induzindo o governo do Amazonas a investir na construção de nova matriz econômica a partir do aproveitamento sustentável dos recursos da bioeconomia, que têm na construção da matriz energética renovável o caminho mais seguro para a transição do sistema ora em curso. Ou seja, buscando assegurar ao Estado recursos energéticos disponíveis para serem utilizados em todos os campos de atividades".

Aluizio Barbosa destaca, por outro lado, que "a realização do evento segue a orientação governamental em atendimento à Lei Nº 5.350/2020, que preconiza a adoção de técnicas de gestão de tecnologias de fontes renováveis de energia e eficiência energética, nos órgãos da Administração Direta e Indireta do Estado. O seminário, por conseguinte, vem ao encontro da Política Pública estabelecida pelo governador Wilson Lima na
questão da transição energética em nosso estado".

Na abertura do evento, o vice-governador amazonense, Tadeu de Souza, declarou: "Quando falamos em transição energética, estamos nos referindo à mudança em nossa forma de produzir, distribuir e consumir energia. Isso não é apenas uma escolha, mas uma necessidade urgente diante dos desafios sem precedentes impostos pelas mudanças climáticas. Por isso, o governo Wilson Lima está trabalhando para interiorizar os investimentos nesse sentido. Ouvir os prefeitos do interior foi o pontapé inicial para o processo de identificação dos potenciais energéticos de cada município. Estamos fazendo a ponte entre os agentes financiadores de novas formas de geração de energia sustentável com os gestores municipais. Uma das marcas da nossa gestão é saber ouvir e conciliar. Temos, enfim, um desafio histórico de fazer com que o homem do interior se enraíze e possa se fixar em seu município com qualidade de vida, emprego, renda e dignidade".

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALC EAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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Comentários: 1

Armando Soares Cordeiro em Terça, 26 Março 2024 22:09

Considerei muito interessante e oportuno esse seminário sobre a transição energética no Amazonas, tendo em vista a meta de zerar as emissões de carbono até 2050, substituindo a geração de energia com combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão) por alternativas de energias limpas.

Não considero viável a alternativa eólica para o Amazonas devido a falta de vento e a solar é instável por depender do clima, necessitando da geração de outra fonte ininterrupta. Em outras palavras, não considero as fontes eólicas e solar confiáveis o bastante para substituir por completo as fontes fósseis.

Fica então como uma boa solução para a região a geração com biocombustível produzido com a floresta, a hidráulica dos rios e, no futuro, a energia nuclear com os reatores nucleares pequenos - os chamados SMRs - Small Modular Reactors, uma classe de reatores projetados para serem menores e mais flexíveis que os reatores nucleares tradicionais.

Os SMRs têm sido considerados como uma potencial solução para uma série de desafios enfrentados pela indústria nuclear, incluindo a capacidade de fornecer energia em locais remotos como as cidades do Amazonas, serem modulares construídos em menor escala e a capacidade de serem mais flexíveis em termos de custo, operação e implantação.

Considerei muito interessante e oportuno esse seminário sobre a transição energética no Amazonas, tendo em vista a meta de zerar as emissões de carbono até 2050, substituindo a geração de energia com combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão) por alternativas de energias limpas. Não considero viável a alternativa eólica para o Amazonas devido a falta de vento e a solar é instável por depender do clima, necessitando da geração de outra fonte ininterrupta. Em outras palavras, não considero as fontes eólicas e solar confiáveis o bastante para substituir por completo as fontes fósseis. Fica então como uma boa solução para a região a geração com biocombustível produzido com a floresta, a hidráulica dos rios e, no futuro, a energia nuclear com os reatores nucleares pequenos - os chamados SMRs - Small Modular Reactors, uma classe de reatores projetados para serem menores e mais flexíveis que os reatores nucleares tradicionais. Os SMRs têm sido considerados como uma potencial solução para uma série de desafios enfrentados pela indústria nuclear, incluindo a capacidade de fornecer energia em locais remotos como as cidades do Amazonas, serem modulares construídos em menor escala e a capacidade de serem mais flexíveis em termos de custo, operação e implantação.
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