Festival Turé

 A dança ancestral tem um significado cultural e religioso para as etnias Galibi, Galibi-Marworno, Karipuna e Palikur.

Foto: Jorge Júnior/GEA

A celebração do Turé é um dos principais símbolos da identidade de comunidades indígenas do rio Uaçá. A dança ancestral tem um significado cultural e religioso para as etnias Galibi, Galibi-Marworno, Karipuna e Palikur, distribuídas em aldeias do município do Oiapoque. Tradicionalmente, a celebração é realizada na época da abertura das roças e início do plantio.

Com uma população de 1,9 mil pessoas distribuída em quatro aldeias, a comunidade da etnia Karipuna é a maior da região a celebrar o Turé. A religiosidade do grupo indígena se relaciona com santos da Igreja Católica e com seres sobrenaturais chamados de Karuãna. Na etnia Galibi-Marworno, eles são considerados espíritos que auxiliam os pajés nos rituais de cura.

A dança do Turé também é encontrada em algumas aldeias da etnia Palikur. Cerca de 800 pessoas pertencem a essa etnia. Provenientes da Guiana Francesa, os Galibi do Oiapoque celebram em comemoração ao cultivo familiar de produtos como mandioca, cará, batata e milho.

De acordo com o indígena Sérgio dos Santos, pertencente à etnia Karipuna-Marworno, nas gerações anteriores, a Dança do Turé era feita por seus ancestrais somente na primeira lua cheia do mês de outubro – período de verão da região, quando o céu estava aberto, sem nuvens, e a luz do luar favorecia a iluminação para a prática.

Segundo ele, a cultura indígena explica que os antigos pajés mandavam organizar as festividades do Turé como forma de retribuição às curas de doenças e agradecimento pela farta agricultura.

Sérgio é diretor do Museu dos Povos Indígenas, localizado no município de Oiapoque, que abrange o Vale do Uaçá.

Na Dança do Turé não pode faltar o caxiri, um tipo bebida artesanal. Com gosto similar ao aguardente dos “homens brancos”, o caxiri é sempre preparado pelas mulheres. É fermentado à base de mandioca.

*Com informações do Governo do Amapá

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